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Estamos em uma época em que a maioria das pessoas vive de forma cada vez mais acelerada. E no meio desse ritmo louco, nas últimas três ou quatro décadas, o “fast travel” se tornou muito mais popular – e o que muita gente considera como única opção.
Mas é o oposto que tem feito mais sentido para nós: o slow travel.
Vamos entender mais sobre esse “estilo devagar de viagem”? Descubra o que você vai ler neste artigo:
Portugal, 2019. 45 dias no melhor estilo slow travel: conhecendo cantinhos, fazendo amigos e trocando culturas.
Antes de entrarmos no mérito do que é o slow travel, vou pontuar algumas características do fast travel, para que você entenda a diferença entre esses estilos de viagem.
No fast, tudo é, literalmente, mais rápido. Você ficará em constante movimento no pouco tempo que terá para visitar um lugar.
É comum você usar seus poucos dias de folga ou de férias para viajar um estado ou um país inteiro – e até mesmo vários países e seus principais pontos turísticos.
Com certeza você já viu aqueles vídeos, ou esteve em locais turísticos tão cheios que as pessoas mal conseguiam se deslocar, não é?
Algumas estavam mais preocupadas em conseguir a foto perfeita e pularem para o próximo local, do que em viver o momento.
Inevitavelmente, nesse tipo de viagem o descanso será escasso, bem como sua conexão com cada local e as pessoas de lá. Já o custo e a quantidade de lugares diferentes que visitará serão bem maiores.
Por outro lado, slow travel é uma viagem lenta.
Na essência é sair do óbvio, se conectar profundamente com o local e deixar que ele te surpreenda.
E ao contrário do que muita gente pensa, não é uma ideia criada pela parte da geração atual que quer desacelerar. Antes desse turbilhão de pressa e competitividade atingir o globo, a viagem lenta era a única possível.
Não havia tanta facilidade de deslocamento, centenas de opções de acomodação, nem cidades preparadas ou com turismo estruturado para receber tanta gente e ser tão… fast!
Embora cada estilo de viagem tenha suas vantagens e desvantagens, esse cenário de correria e competição por tempo e espaço não é o que quem busca pelo slow espera viver.
Inglaterra, 2019. Mais de 60 dias vivendo Royal Tunbridge Wells, uma cidade do distrito de Tunbridge Wells, no Condado de Kent.
Há dezenas de formas de viajar “slow”. Mas todas elas têm em comum o posicionamento como viajante.
O tempo que você vai ficar ou a quantidade de lugares que escolherá conhecer, são variáveis entre quem viaja slow. E acabam não sendo engessados dentro de uma mesma viagem.
No fim das contas, desde que o descanso seja possível e a essência não se perca, continuará sendo slow.
Mas vamos conferir abaixo alguns pontos que levo em consideração para uma “viagem devagar”…
Nas viagens lentas não estamos preocupados em seguir uma lista de roteiro tradicional – somente para dar “check” nesses lugares. Na verdade, nós buscamos uma conexão mais profunda com o destino.
Por não precisar seguir um cronograma definido por um senso comum, não é necessário escolher apenas algumas experiências e aproveitá-las por tempo determinado.
No slow, você pode experimentar tudo o que quiser e ainda acrescentar a dica daquele novo amigo que fez na cidade – mas que não estava nos planos – no seu próprio cronograma.
E se, enquanto estiver passeando, algum lugar te trouxer uma experiência mais gostosa, por que não ficar mais tempo nele? O próximo destino pode esperar.
Afinal, não é só sobre ver e visitar pontos turísticos. É sobre conhecer, viver e aproveitar a estrada, os lugares, a cultura e as pessoas!
Muitas vezes, também não queremos estar fadados a nos hospedar em locais que sirvam apenas para dormir.
Isso porque alguns lugares não fazem sentido para nós ou não farão sentido naquele momento da viagem.
Outro fato é que eu prefiro considerar o valor agregado àquela hospedagem – e não somente o preço.
Ou seja, sempre reflito: “quais outras experiências vou ter me hospedando aqui? Um vinho na frente da lareira? Uma banheira com vista para uma paisagem incrível?”.
Para mim, em qualquer ocasião, o slow é sobre experienciar.
Nas minhas viagens escolho cidades, bairros e hospedagens que têm uma vibe alinhada comigo e com o momento que estou passando:
• tem uma cafeteria aconchegante para a hora do cafezinho ou para trabalhar;
• lugares especiais para um jantar romântico;
• possibilidades de experiências gastronômicas locais;
• lugares para a hora de relaxar vendo a paisagem, ou um momento cultural;
• casinha com lugar para curtir uma preguiça;
• e também opções para quando bater a vontade de turistar em um local famoso…
Tudo escolhido para proporcionar a sensação exata que estamos buscando para cada experiência.
Também é legal lembrar que no slow você pode gastar menos com deslocamento ou várias mudanças de hospedagem em um curto período.
Outro ponto para tornar sua hospedagem com mais cara de lar, é comprar mantimentos e preparar refeições em “casa. Isso aumenta a sua economia e enriquece a experiência.
Inclusive, quanto mais tempo passamos e conexões fazemos no lugar, mais com cara de casa ele fica. É comum e desejável aos viajantes slow, a sensação de conforto e lar que isso traz.
Para aproveitar o slow travel, você precisa se desapegar do “comichão nos pés” e se abrir para as experiências desaceleradas.
Observar o entorno, a cultura, costumes. Ouvir as histórias, se deliciar com idiomas e sotaques. Ver a movimentação das pessoas ou da natureza. Comer devagar para sentir os sabores. Aproveitar a vibe da hospedagem… tudo faz com que você entenda e se conecte melhor a cada lugar.
Você para de somente passar por lugares, para estar nos lugares.
Para conseguir vivenciar uma experiência autêntica, temos que deixar de lado as listas de lugares e coisas “imperdíveis para se fazer/visitar” – como já mencionei anteriormente.
Primeiro tente pesquisar sobre o local e fazer sua própria lista tentativa. Depois, a sua vivência slow vai te levar aos lugares e pessoas que não fazem parte das grandes atrações, mas tem tanto potencial quanto – e muitas vezes mais!
Na foto, um exemplo disso. Este foi o dia que jantamos, tomamos cerveja e dormimos dentro do Parque do Grand Canyon, na casa do Joe, um engenheiro que trabalhava lá – só porque conhecemos um amigo dele um dia antes em um bar em Flagstaff, AZ, USA.
Ah… as experiências autênticas que essas viagens nos trazem!
Além disso, escolhas que buscam conexão e autenticidade fazem do slow uma experiência mais sustentável.
Levar renda para locais menos privilegiados pelo turismo de massa, sair dos grandes centros turísticos ou até estar em contato com realidades que não estão contempladas pelo turismo – como projetos sociais, ambientais e locais periféricos – fazem com que você participe da realidade local.
Participando e entendendo, além do aprendizado, seu comportamento será constantemente moldado para melhor, gerando menos impacto em cada lugar.
Você provavelmente já fez viagens onde o descanso era a opção para quando voltasse para casa. No slow travel, relaxar é um dos motivos pelos quais a viagem existe.
Viajar sem dar pausas necessárias é cansativo, e pode fazer com que o passeio não seja tão proveitoso quanto você gostaria. Por isso, no slow, seus dias podem ter cronogramas mais ou menos cheios – como podem estar vazios.
Dormir, curtir preguiça, ler ou assistir à um filme/tv local são parte do viajar devagar.
Igualmente, nos momentos livres (aqueles que nos permitimos não fazer planos), caminhar sem destino pode te levar a lugares e memórias também indescritíveis e te permitir relaxar ativamente!
E caso você seja do tipo que não consegue curtir grandes períodos de ócio, usar parte do tempo ocioso (no quesito viagem) para recarregar o saldo bancário trabalhando no conforto de onde estiver, pode ser uma escolha.
Nós fazemos isso às vezes, mas claro, sem deixar de lado a experiência e sem nos desgastar. Afinal, essa é a ideia aqui.
Para conseguir viajar devagar, é ideal que você tenha um bom tempo disponível.
E por isso seu trabalho pode ser um fator limitante.
Uma possibilidade para fazer uma viagem slow é organizar seu tempo e suas economias para tirar um sabático e viver essa experiência – se isso cabe na sua realidade, é claro.
Ou então buscar um trabalho que lhe permita estar em qualquer lugar – e continuar construindo sua renda enquanto aproveita a viagem. O nomadismo digital é um grande parceiro do slow travel.
Mas se você não tiver tanto tempo disponível, como a maioria das pessoas, ou não conseguir viajar a tantos lugares?
De qualquer forma, você pode fazer slow travel.
Ficar naquela cidade que gosta, uma semana ao invés de passar o final de semana, pode ser o seu slow. Curtir um dia para cada destino ao invés de correr para fazer vários deles por dia, é “devagar”.
Fazer sem pressa o que você costumava fazer no modo rápido é trazer o slow para a sua vida. Foque no tempo de qualidade e não na quantidade de tempo disponível.
Posso falar, pelas minhas experiências, que viajar devagar tem sido, sem dúvidas, a melhor escolha que fiz nos últimos tempos.
Conhecer e me conectar com lugares e pessoas. Aproveitar os momentos, construir memórias e registrá-las (ou não) em fotos e vídeos. E ainda poder ter os tempos de ócio e trabalho em qualquer lugar têm sido parte do que eu considero como: a melhor maneira de experienciar a vida.
Tenho colocado mais “slow” em toda atividade que faço e, no final das contas, seja na rotina ou em viagem, a quantidade tem ficado cada vez menos importante do que a qualidade de cada uma das minhas experiências.
Não há certo ou errado, mas sugiro que você experimente colocar sua próxima viagem em slow – só para testar, vai que você se apaixona assim como eu.
Aceita esse desafio? Conta pra mim aqui nos comentários e aproveita para me dizer o que achou deste conteúdo. Vou adorar ler e te responder!
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