9 dias de carro pelo litoral do Uruguai (slow travel)

9 dias de viagem de carro pelo litoral do Uruguai (slow travel)

Antes de começar, preciso deixar claro que este não é um post mais do mesmo onde você descobrirá “10 lugares imperdíveis para conhecer no Uruguai”.

Por outro lado, você encontrará um relato real e sincero sobre uma viagem de carro de 9 dias pelo litoral do país, no melhor estilo slow travel – uma viagem respeitando nosso tempo e nosso estilo de vida.

Mas por que decidimos viajar de carro até o Uruguai?

1) Temos uma história de carinho com o país;

2) Queríamos sair da rotina e temos essa liberdade pelo nosso trabalho remoto; e 

3) Uns amigos estavam por lá e aproveitamos o embalo.

Depois de uma sessão de surf na praia El Desplayado, a mais ao norte de La Pedrera

Nestes poucos dias que estivemos no Uruguai, descobrimos hospedagens, cafés para trabalhar e restaurantes que adoramos. Além disso, vou compartilhar dicas para o dia a dia que gostaria de ter descoberto antes de ir… Então, espero que você tome nota sobre tudo que vai ler por aqui! 

Saiba o que você vai encontrar neste post:

Por que o Uruguai tem um cantinho especial no nosso coração?

Em fevereiro de 2016, eu, Guilherme e um casal de amigos resolvemos passar o carnaval no Uruguai. Na época, eu e o Gui tínhamos apenas um romance de verão – que ainda não sabíamos se “subiria a serra” ou ficaria por Floripa mesmo.

Até que em uma das noites da viagem, em um camping em Valizas, nosso destino mudou.

Ao efeito de muita tequila e uns cookies mágicos uruguaios, o Gui me perguntou se eu gostaria de manter a relação que tínhamos, mesmo que 500km nos separassem a partir da volta daquela viagem – já que eu continuaria em Floripa e ele voltaria para Porto Alegre para mais um semestre de faculdade. 

Resumindo: depois da minha resposta, ele me pediu em namoro!

6 anos depois...

Então, em 2022, decidimos celebrar 6 anos de namoro exatamente no Uruguai – e os outros motivos que citei na introdução também contribuíram para essa viagem acontecer.

E quando chegamos lá nos perguntamos: “por que diabos demoramos 6 anos para voltar? Esse país é uma delícia e fica ‘do lado’ de casa!”

Estar na estrada aberta (“the open road”, como gosto de falar) nunca é um problema para nós. Agora fazer uma viagem internacional – ainda que até nossos vizinhos – para viver outras culturas e experiências, tendo que dirigir por apenas 1.000km, é ainda melhor! Não deveríamos nem pensar duas vezes…

Então, se você se animou e está cogitando fazer uma viagem ao Uruguai, separa o mate (por lá você sempre vai encontrar as pessoas com um na mão, é muito curioso) e vem conferir essas dicas para curtir o país com a calmaria que ele merece.

Dias 1, 2 e 3 - La Pedrera: pé na areia, surf e juventude!

Nossa viagem começou na sexta-feira, dia 04/02, mas antes de chegarmos ao Uruguai, permita-me incluir aqui um ponto de parada ainda no Brasil, especificamente na cidade de Rio Grande – RS.

Essa dica é para você que trabalha remoto, como a gente, e talvez precise de um cantinho para deixar tudo em ordem antes de seguir viagem.

Se é o seu caso, vale parar no Espaço Acervo, na Rua Vitorino, 415 & Duque de Caxias, 368. Passamos pelo menos 3 horas trabalhando lá e adoramos o atendimento e as comidinhas. Vale a pena a parada!

Agora sim, já no Uruguai… nosso primeiro ponto de parada foi em La Pedrera, um vilarejo pé na areia, com vibe surf e com uma galera jovem – bem do jeito que a gente gosta.

Onde nos hospedamos em La Pedrera

Ficamos no Compay Hostel e se você for parar antes, em Punta del Diablo, eles também tem sede lá.

Foi indicação de uma amiga e gostamos da estrutura: uma área externa grande, banheiros amplos (tinham 2 femininos), espaço com redes… o único ponto de melhoria é o café da manhã que poderia ser mais caprichado. Eles serviram apenas pão, doce de leite, geleia e café. Nada mais. 

Além disso, nossa reserva era para um quarto misto compartilhado com 4 pessoas, mas graças a deusa dos viajantes ninguém apareceu e ficamos sozinhos.

Pagamos U$ 62 por 2 diárias, ou o equivalente hoje a R$ 343, para duas pessoas pelo Booking.

O que fizemos em La Pedrera

Já a cidade é uma graça e ficava pertinho de La Paloma, onde nossos amigos se hospedaram. Nós preferimos ficar em  La Pedrera por ser menor e mais parecida com o nosso estilo de viagem.

Lá conhecemos a Playa del Barco e a Playa del Desplayado, onde os meninos surfaram e eu curti um sol e o vento fresquinho que soprava por lá.

Também comemos empanadas uruguaias muito boas na “Empanadas Tu Deleite”, na Avenida Principal. É um lugar tipo uma lanchonete específica de empanadas, de todos os sabores possíveis, e você escolhe a(s) sua(s) e come em pé na calçada.

De forma geral, não ficamos muito tempo em La Pedrera, mas adoramos o vilarejo e certamente voltaremos quando descermos de novo para o Uruguai.

A vibe de La Pedrera era essa… “ticket to the moon” na recepção do Hostel

Dias 3, 4 e 5 - El Chorro e Manatiales

No domingo, 06/02, seguimos rumo ao sul, até o Departamento de Maldonado (antes estávamos em Rocha), no balneário de El Chorro.

Nunca tínhamos ouvido falar sobre o local, mas durante a organização da viagem estava pesquisando hospedagens até que… encontrei além de um lugar, uma experiência: um vagão de trem!

Um vagão de trem como hospedagem

Eu não sei você, mas eu e o Gui já nos hospedamos em casa container e é bem comum encontrá-las por Floripa, mas ficar em um vagão de trem reutilizado e agora transformado em uma casa era algo novo para nós…

diária era mais alta do que pretendíamos gastar na média das hospedagens, mas preciso assumir que sou a “louca das experiências”. Sempre gosto de ficar em lugares únicos que me ofereçam mais do que um espaço para dormir – e por isso pago “mais caro” com sorriso no rosto, porque vejo o valor para além do preço. 

Então, se você está curioso para saber quanto custaria ficar nesse vagão de trem em El Chorro, nós pagamos exatamente R$1.203,66 para duas pessoas, por duas diárias, pelo Airbnb.

E nós adoramos a experiência! Valeu cada segundo e só teria sido melhor se estivéssemos de férias. Porque estava friozinho, então teríamos adorado ficar embaixo das cobertas, descansando e vendo filme. Mas a realidade foi outra…

O que fizemos em El Chorro e Manantiales

Na segunda, 4º dia de viagem, por volta do meio dia, acabou a luz! E você sabe que trabalhamos pela internet, então imagina o caos… toda a programação de trabalhar em casa, curtindo o vagão de trem, foi por água abaixo.

Arrumamos nossos equipamentos e saímos em busca de um café para trabalhar. 

Nossa sorte foi que uma hóspede que estava em outra casa no mesmo terreno nos deu uma indicação que nos salvou: Borneo Coffee!

Foto direto do IG deles: @borneocoffee.uy

Considerações sobre o café:

• O espaço tem uma vibe surf, descolada e é bem aconchegante para tomar um cafezinho;

• Não é silencioso para trabalhar, ok? Quando fomos havia bastante movimento de pessoas e uma música ambiente mais alta do que eu gostaria. Se você tiver reuniões, fique na parte externa, mute seu microfone quando não estiver falando e seja feliz.

• O pão de queijo deles é delicioso! Voltamos no dia que fomos embora para comer de novo…

Ainda em Manantiales…

Há diversos restaurantes conhecidos, renomados e bem agradáveis por essa região. Eu e o Gui chegamos a entrar em um que estava bem cheio, mas eles nos atenderam super mal. Levantamos, fomos embora e de novo mais um presente – como no dia que ficamos sem luz e conhecemos o Borneo Coffee.  

Jantamos uma pizza vegetariana bem saborosa no Pausa, em La Barra, com cervejas artesanais para acompanhar.

De novo, a vibe do lugar era ótima, tinha um atendimento familiar, com uma playlist que parecia a nossa e ainda ficava junto a Urban Haus, uma loja de roupa bem legal. 

Dias 5 até 9 - Jose Ignacio

Na terça-feira, 5º dia de viagem, partimos de El Chorro para Jose Ignacio. Escolhemos passar a maior parte do tempo da viagem lá por 2 motivos…

1) Gostamos das hospedagens que encontramos por lá, em relação ao custo-benefício.

2) Gostamos do “bairro”, por ter restaurantes legais e uma vibe um pouco mais sofisticada que La Paloma, por exemplo.

Então, vem saber mais sobre o lugar onde nos hospedamos.

Onde nos hospedamos em Jose Ignacio

A dúvida foi grande para decidir em qual hospedagem ficaríamos pela região. Encontramos muitas opções interessantes, desde as mais estilosas até as mais simples.

É claro que você deve ter critérios de escolha diferentes dos meus e do Gui, então é legal você entender o que consideramos:

• Acesso à internet, é claro;

• Como é a iluminação natural da casa: gostamos de lugares cheios de janelas e com muito sol – já que passamos a maior parte do tempo em casa;

• Uma estrutura para trabalho, como mesas e cadeiras minimamente confortáveis;

• Eu levo muito em conta alguns fatores subjetivos, tipo a experiência que o lugar proporciona e a vibe que ele me traz: analiso muito as fotos, comentários, procuro a localização no Google Maps para conhecer a rua e até coloco o “bonequinho” do Google na frente da casa para me sentir lá… #SolemVirgem

Então, em Jose Ignacio escolhemos ficar em uma “casa palafita”. Esse era o nome porque era uma casa alta, a uns 2 metros do chão, e subíamos por uma escada frontal.

Pagamos R$2407,24 para duas pessoas, por quatro diárias, no Airbnb.

A casa também era confortável, tinha todos os equipamentos diários que precisávamos, era bem iluminada e tinha ótima localização – já que ficava cerca de 10 minutos de carro da Playa Del Faro, em Jose Ignacio.

O que fizemos em Jose Ignacio

Passamos a maior parte do tempo trabalhando, afinal, não tínhamos a pretensão de fazer uma viagem de férias. Mas é claro que conseguimos dar umas fugidinhas do trabalho para curtir alguns lugares.

Casa Tilo

Logo que chegamos em Jose Ignacio, fomos em um busca de um café para trabalhar – as usual – para esperar o horário de check-in do Airbnb.

Eis que encontramos a Casa Tilo, uma hospedagem, que também é restaurante e café. Lá almoçamos, comemos um cheesecake delicioso – que mais parecia uma torta de sorvete – e tomamos café. 

A tarde foi tão agradável e o atendimento ótimo, que voltamos lá no último dia, antes de voltar para o Brasil.

Destino Sushi

Comemoramos os 6 anos de namoro em um restaurante japonês: Destino Sushi. Ele ficava a 2 ruas de onde estávamos e nos pareceu uma opção bastante interessante. E realmente foi.

O atendimento foi impecável e o sushi estava delicioso. Sem contar que tinha uma fogueira nos esquentando, o que foi perfeito já que estava frio.

Sobre o preço, foi a conta mais cara que pagamos na viagem, em torno de U$ 80,00. Comemos bem e saímos satisfeitos com um combinado especial de sushi, sashimi, etc. e duas cervejas artesanais.

Playa Del Faro 

Se você quer saber das praias de Jose Ignacio, sinto dizer que não terei muito a contribuir… Por lá só curtimos a Playa Del Faro, onde o Gui surfou e eu peguei sol.

A praia é bastante movimentada, com muitas famílias com crianças e também muitos jovens. Não era tão calma como eu prefiro, mas era bem agradável e bonita!

Como fica logo no centrinho, é bem fácil o acesso e com certeza vale a pena ir até a areia conferir!

Coloque o Uruguai na sua lista!

Por fim, ficamos até sábado, completando 9 dias no país, e então voltamos ao Brasil.

Como esperado, a experiência no Uruguai foi uma delícia, principalmente para nós que gostamos de viagens tranquilas. Viver os lugares que visitamos com calma, sem aquela correria de dar “check” nos pontos turísticos só porque você “tem que ir”, é o que nos preenche verdadeiramente.

Com este post, espero ter incentivado você, de alguma forma, a colocar o Uruguai na lista de próximos destinos. Se você tiver alguma dúvida é só comentar aqui embaixo que vou te responder com todo prazer ou mandar um direct lá no Instagram.

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